Ao badalar da meia-noite

31 de dezembro de 2014
O céu explode em fogos coloridos e os olhos permanecem hipnotizados com o show pirotécnico. Os sorrisos nos lábios denunciam felicidade. Não qualquer tipo de felicidade, mas aquela que enche seu coração de esperança e leva com seus batimentos cardíacos toda a tristeza e uma dor outrora colossal para bem longe do seu ser. 

Dói

29 de dezembro de 2014
O corpo inerte e pálido parecia sem vida. O tórax poucas vezes subia e descia. Quase já não havia respiração. O ar pouco era inspirado. A expiração era mínima. Os olhos azuis fechavam-se devagar. O cérebro tratou de assimilar as últimas imagens. Os raios de sol penetravam a grande janela. As cortinas estavam abertas, escancaradas. O céu anil e as altas temperaturas indicavam mais um belo dia de verão. Ah, janeiro! Como você tornava a todos um bando de massas corpóreas escaldantes e alegres! Havia uma foto sobre o peito da menina. Um rapaz bronzeado, dos cabelos e olhos castanhos. Ele sorria para o teto branco. Sorria como se não houvesse o amanhã.