Ao badalar da meia-noite

31 de dezembro de 2014
O céu explode em fogos coloridos e os olhos permanecem hipnotizados com o show pirotécnico. Os sorrisos nos lábios denunciam felicidade. Não qualquer tipo de felicidade, mas aquela que enche seu coração de esperança e leva com seus batimentos cardíacos toda a tristeza e uma dor outrora colossal para bem longe do seu ser. 
Os dedos entrelaçados não se desgrudam. A cola que os mantém unidos é a certeza de dias melhores. Você sabe, aquela pulga que insiste em farrear a sua mente todas as vezes que escuta o badalar da meia-noite, durante a passagem de ano. 

O cérebro trabalha da seguinte maneira; surge uma lista gigantesca sobre milhares de promessas que precisam ser colocadas em prática. A dieta, o namorado, o casamento, a casa própria. Talvez, quem sabe, aquela viagem dos sonhos. Há casos, talvez os mais sublimes, aqueles que merecem de fato tornarem-se reais: a cura, não mais passar necessidades. 

A verdade, se é que interessa a alguém, é que durante a virada nós almejamos mudar. Almejamos uma maturidade incapaz de ser colocada em prática em tão pouco tempo. Porque, convenhamos, nosso “novo eu” depende exclusivamente de nós mesmos. As promessas tornam-se reais somente quando decidimos dar o primeiro passo, seja ele qual for. De que adianta sonhar com tanta coisa, planejar a descoberta de novos horizontes, se largamos a folha de papel em qualquer canto na escrivaninha? 

Todos rogam por algo novo. Todos enchem-se de esperança. Todavia, todos se esquecem de que a felicidade é a mais complicada dentre todas as trajetórias. Para ser feliz pode não precisar de muita coisa, porém, para que a encontremos, necessitamos, sobretudo, de muita persistência, concessões, inúmeras batalhas e a certeza de que as pedras precisarão ser colocadas de lado, para que encontremos a “terra prometida”.  

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