Amarelinha

14 de dezembro de 2015

Ela joga a pedrinha. Casa quatro. Ufaaaa!!! Era ali que a menina não queria pisar. Naquela casa um dia houve risos, conversas por toda a madrugada, segredos compartilhados. Na casa quatro um dia ela jurou comprometimento. A garota jurou firmeza, fez com que acreditassem que ela estava mudada e que levaria a parceria a sério. Mas, olha que engraçado, desfazer promessas já não é novidade.

Uma vez, não muito meses atrás, a criança largou tudo porque estava com medo. Deixou quem dizia amar para trás e ainda por cima culpou sua vítima de tê-la assustado. Minha cara, eu te digo. O medo assusta a todos e nem por isso as pessoas deixam de realizar seus sonhos. Da mesma forma, que não dá pra gente esperar eternamente por um posicionamento. A vida é curta e o amanhã pode não chegar. Eu sei, culpar os outros é fácil. Difícil é aceitar que erros como esse foram cometidos e que as oportunidades nunca mais hão de voltar.

Mas espere um instantinho. Como você retornou a quadrante de número quatro, mesmo após tê-lo prejudicado? Ah, eu entendi. Com as desculpas veio a maneira mais simples de voltar à ativa. Bastou jogar a pedra e observar os cacos caindo pelo chão de terra. Só que você, garotinha, ganhou mais de uma oportunidade. Jurou estar preparada, brigou ao dizer que desta vez estaria pronta para os desafios. Pois é, minha querida, você soube exatamente como montar a armadilha.

Só que agora o jogo é outro. Você que continue com a amarelinha enquanto a outra vai desvendar os mitos que esse povo criou. Desta vez não haverá nova chance. Agora, não há rancor, culpa ou sentimento que for. Neste momento existe apenas a decepção.

Você endeusa seres que a ti não querem. Eles riem e te menosprezam e pra você tá tudo bem. Talvez seja esse o motivo da rasteira. Talvez você quisesse saber como é machucar, não ser machucado. Porém, eu te pergunto: “Quando o seu papel de coitada você quiser voltar a atuar, quem será a platéia que te aplaudirá?”.

Sentir muito é palavra dita fácil. Você diz e espera que a mesma reverbere como um encantamento poderoso. Infelizmente, de desculpas o Inferno tá cheio. As intenções mascaram-se. São as ações as que contam e dizem quem você é.

Não preocupe, volte a jogar. A casa quatro de agora em diante permanecerá soterrada à pedra que você jogou. O mundo cria seus enredos e alguns precisam um dia ter o fim que lhes é de direito. Como tudo que um dia surge, o mesmo desaparece. Vai em frente, soterre imediatamente com seus joguetes primários, inapropriados para a sua idade. Carregue com você a culpa de ter arruinado com alguém que te tratava como a adulta que deveria ser, não a adolescente que seus companheiros amam tanto te fazer crer.

Um comentário

  1. Volte a jogar sempre! :D
    Ah, amei a frase "O mundo cria seus enredos e alguns precisam um dia ter o fim que lhes é de direito." ^^
    Beijão, Min

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